quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Inverno para os dois.

"Se lhe derem tempo suficiente, uma pessoa habitua-se a tudo."

O Sol já se levantou, nesta manhã fria, e sento-me junto a uma janela que se embaciou com o bafo de uma vida passada, que já por si tem muito para revelar. Este dia despontou de uma maneira diferente com um ar apático deixado pelo crepúsculo d'ontem. Olhando para trás, vejo que nada poderia ter ser mais perfeito, consciente do presente, do início, onde nos reencontramos na rua, ao fim, que ainda é bastante recente. Não me vou esquecer, nem quero, das intituladas rebeldias ou ataques rebeldes que me passavam pela cabeça e que partilhava contigo, da Estrela Boeira que acompanhava os nossos passos em direcção aos ninhos de cada um, da observação das estrelas e da aurora, da entrega de vidas, problemas e preocupações que cada um tinha, das conversas e do silêncio, do teu olhar e do teu toque. Guardo-o tudo muito bem no meu pensamento e que mais tarde, quando conseguir, vou transpô-las para o baú de boas lembranças. De ti só restam boas recordações, boas lembranças que vão ser úteis para progredir como pessoa e mulher. A verdade, e somente a verdade, é que não me arrependo, ou qualquer tipo de sentimento pejorativo, visto que tenho a perfeita noção de que dei o meu melhor nesta relação, muitas vezes sem paciência e vontade para dá-lo ou até mesmo para sorrir quando um dia cinzento morava em ti. E, por isso, digo que não me sinto mal com o resultado desta história, sei bem que não era o desejável, mas foi o pretendido e, como tal, devo aceitá-lo sem pôr "se's" nem contrariedades. De mim ficou uma grande mulher e pessoa que aprendeu a valorizar mais o pequeno lado de uma pessoa não descoirando o lado dela menos feliz. E hoje, consciente de tudo e com o coração ainda magoado, profiro que vale a pena dar tudo por tudo numa relação, vale a pena entregarmos-nos de corpo e alma, vale a pena sermos cada vez mais nós sem máscaras à mistura, de coração com coração. A minha vida? Continua. Não tenho observado o percurso mais esplêndido que eu imaginava para mim, mas é aquilo que é possível ter e não o digo com ar melancólico, mas, sim, com a voz bem alta, porque já passei por dias negros, este é apenas mais um cinzento. E um dia será verde como a cor das minhas unhas e o teu também, porque só assim é que faz sentido. Escrevo este pequeno texto que relata uma grande história de amor que fez as malas e partiu, contudo deixou consigo boas coisas que mais tarde caíram em vulgares e vai ser apenas a história. Escrevo, ainda, para me libertar e puder, mais uma vez, dizer-te (porque sei que vais ler isto) que és um mito, uma verdade e a realidade. Agora as estrelas, mais concretamente a nossa estrela boeira vai-me segredando, nas noites calmas, sobre ti e só espero que me diga que estejas bem, porque mereces toda a felicidade deste Mundo.
"Ate já".

13 comentários:

  1. As tuas palavras são reconfortantes, acredita que vale a pena escrever quando vemos a nossa arte ser assim recompensada:)

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  2. "muitas vezes sem paciência e vontade para dá-lo ou até mesmo para sorrir quando um dia cinzento morava em ti." Este texto está infinitamente fantabulástico. Normalmente, costumamos ver aí despedidas a amores assim carregadas de raiva e carregadas de tudo menos do que aquilo que um amor vivido nos devia ter ensinado, adorei bastante, a brandura das palavras, é mesmo isso a brandura das tuas palavras, adorei*

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  3. Como é bem verdade tudo o que escreves! adoro adoro, escreves muito bem :$ beijinho!

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  4. Não tens que agradecer, é a verdde (':

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  5. Oh, que comentário fofinha, Nádi. Muito obrigado :')
    Que texto bonito *

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  6. Esse texto revela exatamente o que eu diria a alguns meses atrás,seguindo..
    Beijoos ;*

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  7. Também já tenho saudades dos nosso grandes comentários, mas não tenho tido tempo nenhum para isto :/
    Pois é, tenho um problema com o "há", tenho que treinar isso :s Obrigado!

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