quarta-feira, 16 de março de 2011

Ponto final.

 
(peço desculpa pela extensão do texto apresentado. tinha mesmo que o fazer.)

Olhando para trás, vejo que nada poderia ter sido mais perfeito, consciente do presente, do início, onde nos reencontramos na rua, ao fim, que ainda é bastante recente. Assim, começava um post que escrevi, há uns tempos (pelo menos, três meses) no qual não me arrependi, ele mesmo me ajudou a interiorizar algumas palavras escritas e levá-las avante nesta caminhada. Hoje, passado este tempo todo, pouco tenho escrito sobre ti, não porque sei que vais ler, mas, muitas vezes, é melhor abafar os sentimentos que estão inerentes ao coração. Como estava a dizer, hoje vejo-te com outros olhos (assim como a nossa relação): em mim já não mora aquele sentimento que outrora possuía e sobre o qual não me deixava adormecer num sonho profundo, também já não te procuro como antes. Foram tempos de muita angústia e algum sofoco, visto que, qualquer das maneiras tínhamos obrigatóriamente que partilhar o nosso tempo, somos catequistas juntos ao mesmo ano e estamos intregados num movimento de jovens. Nunca deixei de ser eu - a Nádia, a conviva, a catequista - e era aquilo que eu tinha realmente muito receio: de alguma vez não ter coragem para abraçar o mesmo mundo que pertencemos. Consegui! Além disso, quando estavámos juntos ou quando nos cruzávamos na rua havia normalmente uma extensão de silêncios ou um mero cumprimento por educação. O tempo foi passando, muita verdade vei-o ao de cima, visto que tive o prazer de conhecer bem a ex-namorada dele (ao qual não a desenhava com uns bons olhos). Aí, percebi a pessoa que foste, fazendo uma analogia ao que hoje és. De certo, aquilo que lhe fizeste a ela foi feito a mim, mas de uma forma suave e muito ao teu jeito: ignorando sofrendo. Tens-te transformado uma pessoa que os meus olhos (do coração) não viam pelo pouco que tenho captado. Ainda falo do momento em que soube que um familiar (próximo) dele tinha falecido e só eu sei abundância de dúvidas e incertezas que pairavam na minha mente: ir ou não ir. Resolvi, de facto, ir: prestar o meu apoio, confortar-te, abraçando-te e nesse mesmo instante os meus lábios proferem "meu amor". [palavras do coração, não haveria muito a fazer] E assim foram os dias seguintes: dando-te o meu melhor (sem alguma vez ouvir uma palavra da tua boca, se é que era preciso). Destes dias para cá, vejo a realidade com uma enorme claridade, parece que antes estava envolvida num nevoeiro que só me deixava ver uma pessoa: tu. Percebi, então, que na nossa relação muita coisa estava errada, uma das quais a sensação de nem sempre ser amada por ti (nunca te disse, mas a verdade é que foram longas as vezes que duvidei do teu sentimento). Anteriormente, achava que o tempo livre que eu não possuías determinava o desenvolvimento do nosso amor, mas de todo acho que isso não é verdade, porque penso que o amor bruta da maior nascente (o coração) e em nada podia afectar o que esta enrraizado em nós. Hojemente, entendo melhor cada episódio que se passara e admito que, muitas vezes, não dei valor ao tempo, pouco, que estávamos juntos, pois não me conseguia abstraír do outro mundo. Esse onde mora problemas, medos, inseguranças e sensações pejorativas. Guardo-o tudo muito bem no meu pensamento e mais tarde, quando conseguir, vou transpô-las para o baú de boas lembranças. Estas palavras pertencem ao post refiro inicialmente. Felizmente, consegui transpôr tudo aquilo que me lembrava de ti para o chamado baú das lembranças. Foi verdadeiramente um passo marcante para eu ter escrito este texto longo. Quero com isto, também, dizer-te que não tenho nenhum ressentimento por ti, nenhum sentimento menos bom em mim. Por tudo aquilo que fizeste (ou devias ter feito, a menos do teu silêncio ruídoso), desejo-te uma grande dose de maturidade e, também, sensibilidade. Sei, sobretudo, agora a fase em que o meu coração está: fim da dor.

10 comentários:

  1. Obrigado pelas tuas palavras :)

    estou a seguir o teu blog :)

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  2. É naturalmente difícil "recuperar" de algo onde demos tudo e mais alguma coisa possivel para que "uma tal de felicidade" existisse. Ao parar, ao quebrar certas ligações, reparamos que talvez essa felicidade não era partilhada de ambas as partes, que o sentimento ou a vontade de querer que existisse esse sentimento, não era igual. Então, ao querermos pôr um termo em toda essa falsidade, somos ainda confrontados com a imensa dor que nos causa tal situação, sabendo que tudo démos e com nada ficámos. É triste mas enquanto não encontrarmos pessoas suficientemente maduras como aquelas que nós achamos ser, e que procurem uma relação estável e com leis simples do verbo amar tal e qual nós procuramos, todas as relações, até lá, serão deste género: inúteis no caminho da felicidade; úteis, talvez, para aprendermos com os nossos próprios erros e subirmos nos degraus da maturidade e da "experiência da vida".
    Até lá digo-te: não aches que é através de uma "cara-metade" que encontras a tua felicidade. Primeiro encontra a tua felicidade e só depois uma relação amorosa!

    Espero que consigas melhorar e aprender a viver contigo própria, sempre! (:

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  3. tal e qual como disseste. e tudo passa um dia, eu sei que sim. obrigada pelas palavrinhas! :)

    sublinho o Ruben*

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  4. Não te esqueças também de nunca abandonar o barco da amizade! Por norma é sempre um dos grandes erros que sempre mas sempre cometemos.

    Não tens nada que agradecer, qualquer coisa estarei por aqui ou se pretenderes, pelo meu face (:
    Um beijinho *

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  5. já não vale a pena. a decisão já está tomada. já voltei a atrás imensas vezes e arrependi-me sempre. portanto, está na hora de seguir em frente (:
    gostei muito do teu blog. vou seguir :D

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  6. Este texto está tão, ou mais, fenomenal que o outro a que te referes e o qual eu já tive o prazer de ler. E ainda me lembro de te dizer o quando o admirei.

    E agora digo-te o quanto admiro este. Tens uma enorma capacidade de escrita, enorme Nádia!

    Está lindíssimo, e a última parte "fim da dor" fantasmagórica.

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