Confesso que me custa aguentar
isto tudo, sem dizer cada pormenor às pessoas que me acompanham nesta luta. Muitas
delas sabem o que sabem por intercepção de outras, coisa que não me preocupa. O
mundo é feito de mexericos. Como disse e reafirmo: quem teve de saber a minha
boca abriu-se e aí tive de segurar o coração nas minhas mãos. São poucos os
momentos que falo com elas sobre o que se passa em mim e com o que observo, não
é a forma de ignorar a situação, não é forma de não sofrer tanto. Simplesmente,
quando me conseguir reorganizar em termos de ideias e daquilo que solucionou
erradamente o farei com seriedade e responsabilidade nas palavras. Muito tempo
não há-de faltar para conseguir enfrentar esta situação, conseguir dizer aquilo
que está trancado em mim e estabelecer relações. É importante, para mim, esse
passo para que tudo em mim tenha definição e claridade. O que mais me custa é
mesmo aquilo que capto com o olhar e os meus ouvidos. É preciso entender o
final das coisas e perceber que o fim é a solução para a dor e o início da
felicidade. Ainda no outro dia ouvi de uma amiga: “eu não o deixo porque sei
que vou ficar sozinha”. Que parvoíce é essa? Nós temos o direito, todo o
direito, de escolher o melhor para nós, mesmo que algum tempo o nosso coração
não seja aquecido com o amor do parceiro. Em contrapartida, é aquecido
claramente com as palavras da família e dos amigos e isso, sim, é o mais
importante. É preciso abandonar as roupas usadas, o que já não dá mais e partir
para outro mundo. Esse mundo que está à tua espera, esse mundo que te dá uma
oportunidade de seres novamente feliz. Penso assim porque sei que isto faz
sentido, mas bem sei que para muita boa gente não o faz. Na sua mente não
deixam repousar este pensamento valioso: valorizar-se a si mesma. Não falando
de muitas filosofias nem daquilo que aprendo na universidade, a verdade é que
precisamos de nos amar primeiramente, a nós próprios para depois conseguirmos
oferecer todo esse amor ao outro e lutarmos para a união.
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